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Nordeste chega ao FEFOL com estado homenageado e cinco grupos inéditos
Sexta, 25/07/2025
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Região é representada por um total de 11 grupos na edição 2025, que presta homenagem ao Maranhão
Com uma cultura popular rica e diversa marcada pela influência dos povos originários, africanos e europeus, a região Nordeste é uma das mais aguardadas pelo público do Festival do Folclore de Olímpia (FEFOL). Nesta 61ª edição, a participação tem um significado especial: vem de lá o estado homenageado, o Maranhão. A magia fica garantida com a participação de um total de 11 grupos de sete estados, sendo que cinco deles pisam pela primeira vez no palco do Recinto do Folclore “Professor José Sant’anna”.
Maranhão
Começando pelo homenageado, o Maranhão chega ao FEFOL com três grupos, que irão demonstrar a diversidade da maior expressão cultural desse estado, o Bumba Meu Boi. Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, a manifestação que gira em torno da morte e ressurreição de um boi mistura teatro, música, dança e religiosidade popular, com suas múltiplas formas de apresentação, chamadas de “sotaques” – como matraca, orquestra, zabumba, pindaré e costa de mão. A representação da lenda que envolve o milagre da ressurreição do catolicismo possui elementos indígenas e africanos e a tradição é celebrada principalmente no mês de junho, com apogeu no São João.
O grupo maranhense que faz sua estreia no festival é o Bumba Boi de Matraca do Maiobão, de Paço do Lumiar, com seu sotaque marcado pela cadência das matracas. Fundado em 2003, nasceu com a finalidade de representar o bairro do Maiobão no desenvolvimento de atividades sociais e folclóricas, além de apresentar e desenvolver a cultura do estado. Hoje transformado em Associação Folclórica e Cultural de Bumba Boi de Matraca do Maiobão, cresce a cada ano, chegando a se apresentar com aproximadamente 300 integrantes.
Outro representante do homenageado é o Boi de Nina Rodrigues, fundado e comandado por uma mulher, Concita Braga, no município de Nina Rodrigues, intimamente ligado à história do Maranhão, onde, em 13 de dezembro de 1838, teve origem um dos maiores movimentos revolucionários à época, a Guerra da Balaiada, presente em inúmeras de suas manifestações culturais e artísticas. A partir das pesquisas de Concita Braga iniciadas em 1989, o Bumba-Meu-Boi foi caracterizado como a mais tênue expressão artístico-cultural da comunidade, o que deu origem ao grupo. Com coreografias harmônicas e ritmadas, é pioneiro na introdução de novos instrumentos não utilizados até então em Bumba Boi de Orquestra, sem perder suas raízes.
Fechando a participação do Maranhão está o Boi de Morros, com uma história longeva e inspiradora, iniciada em 1976, sendo o boi pioneiro em colocar mulheres no cordão de fita. Nascido como uma ação pedagógica dentro da Escola Normal de Morros a fim de resgatar a tradição do folguedo na região, sua trajetória está relacionada a de três fases: concepção pedagógica, concepção popular e concepção massiva. A primeira fase é de 1979 a 1997. Na segunda fase (1980-1981), sua organização é assumida pelo entusiasta José Hugo Lobato, que aos poucos envolve a esposa, Maria Izabel, para aderir à coordenação. Ali, o boi se aventura por um contexto local, de Morros e imediações, com fortes características de uma brincadeira e expressão populares. A terceira fase (1983 até os dias atuais) pode ser caracterizada como um boi familiar, uma vez que foi assumido pela família Muniz Lobato.

Alagoas
De Alagoas, o Grupo Folclórico Cultural Coco de Roda Babaçu, de Maceió, é uma das novidades do 61º FEFOL. Com uma apresentação vibrante, o grupo traz uma das tradições mais fortes daquele estado, o coco alagoano. Com influências africanas e indígenas, trata-se de uma dança de roda acompanhada por cantoria. Criado no bairro do Jacintinho, o Coco de Roda Babaçu surgiu com o propósito de levar a rica manifestação aos mais variados locais. É composto por 50 membros, incluindo dançarinos, banda, equipe de apoio e diretores.
Do mesmo estado, o festival recebe o já conhecido Grupo Cultural Xique Xique, da capital, mostrando também o coco de roda. Nascido em 2000 para animar a festa de Santo Antônio, padroeiro da comunidade de Jacintinho, hoje tem mais de 90 componentes entre dançarinos, músicos, equipe de apoio e direção. Faz importante trabalho social com a juventude da comunidade por meio de atividades culturais.
Paraíba
Seguindo a lista de grupos do Nordeste, Olímpia recebe pela primeira vez o Grupo de Cultura Popular Ariús, da paraibana Campina Grande. Desde sua fundação, em 2015, tem elaborado danças distintas, como o pastoril, coco de roda e xaxado, fazendo uso de seus respectivos trajes, adereços e músicas, com um variado repertório. É composto por 34 integrantes, entre músicos e dançarinos, e tem como diretor geral e artístico Roberto Gomes. Seu nome deriva dos povos indígenas que até o fim do século XVII habitavam uma área do nordeste oriental que se estendia do centro–norte paraibano ao centro–sul potiguar.
Pernambuco
A alegria característica dos folguedos pernambucanos, por sua vez, marca presença no 61º FEFOL com dois representantes. Um deles é o inédito Caboclinho Canidé de Goiana, fundado por Antônio Galdino da Silva, em 1971. É um dos responsáveis por reverberar e manter a tradição e resistência através da performance artística, da prática religiosa da Jurema (cuja entidade espiritual é o Caboclo) e da cerimônia conhecida como “Caçada do Bode”, atividade religiosa celebrada na madrugada do domingo de Carnaval, como forma de preparação das tribos e dos caboclinhos. Mestre Antônio Galdino faleceu em 2007 e, a partir de então, a liderança coube às suas filhas Severina e Denise. Desde 2018, a agremiação é comandada pela Mestra Denise Galdino. Em 2024, foi reconhecido como Ponto de Cultura Rede Cultura Viva, pelo Ministério da Cultura (MinC).
Um dos mais queridos pelo público do FEFOL, o outro pernambucano é o Papanguarte Balé Popular, de Bezerros, que nasceu em 1997, por iniciativa do artista e educador Carlos Marques. O grupo é formado por estudantes e professores das redes municipal, estadual e particular do município. Uma das características da agremiação é que seus bailarinos dançam mascarados como forma de resgatar, preservar e valorizar a cultura do papangu – símbolo máximo do Carnaval de Bezerros. Nessa época, os mascarados saboreiam o angu, prato típico da região, surgindo, assim, a figura folclórica papangu. Dessa forma, papa + angu + arte = Papanguarte.
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Piauí
Já o estado do Piauí estará representando pelo Congo de Oeiras, que esteve no festival em 2017, 2024 e agora retorna. Manifestação cuja origem vem dos povos escravizados, que se disfarçavam com roupas femininas para louvarem seus santos de devoção, nasceu a partir do incentivo e das pesquisas do Padre João de Deus. Em 1983, os moradores começaram a se apresentar nas datas dos santos devotados, ganhando força como patrimônio cultural. A manifestação conta com quatro personagens: Rei Congo, Ordenança, Secretário e Embaixador, sendo uma tradição passada de geração em geração.
Rio Grande do Norte
O estado do Rio Grande do Norte também vem com um grupo inédito, o Grupo Parafolclórico Coco do Calemba, de São Gonçalo do Amarante. Fundado em 1999, inicialmente com o nome Aldeia Boi do Calemba, com apresentações combinando elementos de manifestações populares com traços folclóricos e de arte circense, sob a direção de Ivani Machado, professora e pesquisadora de cultura popular, que deixou um legado importante antes de seu falecimento. Após pausa de sete anos, a retomada ocorreu em 2009, liderada por Mestre Victor D’melo, coreógrafo, aderecista, figurinista, ator e produtor cultural. Desde então, o foco tem sido revitalizar e fortalecer o ritmo, a música e a dança do coco, patrimônio cultural da região.
Tradicionalmente executado em pares, fileiras ou círculos durante festas populares do litoral e do sertão nordestino, em cada comunidade o coco é recriado e transformado, adaptando-o ao gosto local. O som característico é produzido por quatro instrumentos básicos: ganzá, surdo, pandeiro e triângulo. Não é rara a inclusão de outros instrumentos como sanfona, zabumba e rabeca. O que marca a cadência única do ritmo são as palmas das mãos e as batidas dos pés no chão, que dão vida e energia à dança.
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Sergipe
Encerrando a viagem pelos grupos do Nordeste, um dos mais conhecidos e que coleciona presença em várias edições do FEFOL em nome de Sergipe retorna este ano. É o Grupo Folclórico Batalhão de Bacamarteiros, de Carmópolis, nascido no Povoado de Aguada. Segundo o relato dos mais antigos, surgiu por volta de 1780, nos engenhos de cana de açúcar da região do Vale do Cotinguiba, por iniciativa de pessoas escravizadas. Traz a tradição passada de geração a geração há mais de 200 anos, com seu cancioneiro de improviso, sua dança e seus tiros de bacamartes. O ápice da apresentação é o ritual do “Pisa Pólvora”, realizado tradicionalmente em festas juninas em sua região para comemorar os santos do mês. Receberam, em 2016, o Título de Patrimônio Imaterial do estado de Sergipe.

Sobre o Festival do Folclore de Olímpia (FEFOL)
O Festival do Folclore de Olímpia (FEFOL) é o maior festival de folclore do Brasil, consolidando a cidade como Capital Nacional do Folclore desde 2017. Criado na década de 1960 pelo professor José Sant’anna, o evento preserva e valoriza as tradições populares brasileiras há mais de 60 anos, reunindo manifestações autênticas de todas as regiões do país.
A 61ª edição é histórica, com a participação de mais de 60 grupos representando 21 estados brasileiros, de todas as regiões, incluindo, este ano, as presenças inéditas de Roraima e Acre. A programação reúne mais de 120 apresentações no palco principal, desfiles pelas ruas centrais, oficinas de dança, Pavilhão de Artesanato e atividades no Museu do Folclore, com destaque para o estado do Maranhão, homenageado da edição. A expectativa é de mais de 180 mil visitantes durante os nove dias de festival.
O Festival do Folclore de Olímpia é uma realização da Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura e Defesa do Folclore, com apoio de projetos de incentivo cultural e parceiros. Com entrada gratuita, a 61ª edição será realizada de 02 a 10 de agosto de 2025, no Recinto do Folclore.
Com uma cultura popular rica e diversa marcada pela influência dos povos originários, africanos e europeus, a região Nordeste é uma das mais aguardadas pelo público do Festival do Folclore de Olímpia (FEFOL). Nesta 61ª edição, a participação tem um significado especial: vem de lá o estado homenageado, o Maranhão. A magia fica garantida com a participação de um total de 11 grupos de sete estados, sendo que cinco deles pisam pela primeira vez no palco do Recinto do Folclore “Professor José Sant’anna”.
Maranhão
Começando pelo homenageado, o Maranhão chega ao FEFOL com três grupos, que irão demonstrar a diversidade da maior expressão cultural desse estado, o Bumba Meu Boi. Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, a manifestação que gira em torno da morte e ressurreição de um boi mistura teatro, música, dança e religiosidade popular, com suas múltiplas formas de apresentação, chamadas de “sotaques” – como matraca, orquestra, zabumba, pindaré e costa de mão. A representação da lenda que envolve o milagre da ressurreição do catolicismo possui elementos indígenas e africanos e a tradição é celebrada principalmente no mês de junho, com apogeu no São João.
O grupo maranhense que faz sua estreia no festival é o Bumba Boi de Matraca do Maiobão, de Paço do Lumiar, com seu sotaque marcado pela cadência das matracas. Fundado em 2003, nasceu com a finalidade de representar o bairro do Maiobão no desenvolvimento de atividades sociais e folclóricas, além de apresentar e desenvolver a cultura do estado. Hoje transformado em Associação Folclórica e Cultural de Bumba Boi de Matraca do Maiobão, cresce a cada ano, chegando a se apresentar com aproximadamente 300 integrantes.
Outro representante do homenageado é o Boi de Nina Rodrigues, fundado e comandado por uma mulher, Concita Braga, no município de Nina Rodrigues, intimamente ligado à história do Maranhão, onde, em 13 de dezembro de 1838, teve origem um dos maiores movimentos revolucionários à época, a Guerra da Balaiada, presente em inúmeras de suas manifestações culturais e artísticas. A partir das pesquisas de Concita Braga iniciadas em 1989, o Bumba-Meu-Boi foi caracterizado como a mais tênue expressão artístico-cultural da comunidade, o que deu origem ao grupo. Com coreografias harmônicas e ritmadas, é pioneiro na introdução de novos instrumentos não utilizados até então em Bumba Boi de Orquestra, sem perder suas raízes.
Fechando a participação do Maranhão está o Boi de Morros, com uma história longeva e inspiradora, iniciada em 1976, sendo o boi pioneiro em colocar mulheres no cordão de fita. Nascido como uma ação pedagógica dentro da Escola Normal de Morros a fim de resgatar a tradição do folguedo na região, sua trajetória está relacionada a de três fases: concepção pedagógica, concepção popular e concepção massiva. A primeira fase é de 1979 a 1997. Na segunda fase (1980-1981), sua organização é assumida pelo entusiasta José Hugo Lobato, que aos poucos envolve a esposa, Maria Izabel, para aderir à coordenação. Ali, o boi se aventura por um contexto local, de Morros e imediações, com fortes características de uma brincadeira e expressão populares. A terceira fase (1983 até os dias atuais) pode ser caracterizada como um boi familiar, uma vez que foi assumido pela família Muniz Lobato.

Alagoas
De Alagoas, o Grupo Folclórico Cultural Coco de Roda Babaçu, de Maceió, é uma das novidades do 61º FEFOL. Com uma apresentação vibrante, o grupo traz uma das tradições mais fortes daquele estado, o coco alagoano. Com influências africanas e indígenas, trata-se de uma dança de roda acompanhada por cantoria. Criado no bairro do Jacintinho, o Coco de Roda Babaçu surgiu com o propósito de levar a rica manifestação aos mais variados locais. É composto por 50 membros, incluindo dançarinos, banda, equipe de apoio e diretores.
Do mesmo estado, o festival recebe o já conhecido Grupo Cultural Xique Xique, da capital, mostrando também o coco de roda. Nascido em 2000 para animar a festa de Santo Antônio, padroeiro da comunidade de Jacintinho, hoje tem mais de 90 componentes entre dançarinos, músicos, equipe de apoio e direção. Faz importante trabalho social com a juventude da comunidade por meio de atividades culturais.
Paraíba
Seguindo a lista de grupos do Nordeste, Olímpia recebe pela primeira vez o Grupo de Cultura Popular Ariús, da paraibana Campina Grande. Desde sua fundação, em 2015, tem elaborado danças distintas, como o pastoril, coco de roda e xaxado, fazendo uso de seus respectivos trajes, adereços e músicas, com um variado repertório. É composto por 34 integrantes, entre músicos e dançarinos, e tem como diretor geral e artístico Roberto Gomes. Seu nome deriva dos povos indígenas que até o fim do século XVII habitavam uma área do nordeste oriental que se estendia do centro–norte paraibano ao centro–sul potiguar.
Pernambuco
A alegria característica dos folguedos pernambucanos, por sua vez, marca presença no 61º FEFOL com dois representantes. Um deles é o inédito Caboclinho Canidé de Goiana, fundado por Antônio Galdino da Silva, em 1971. É um dos responsáveis por reverberar e manter a tradição e resistência através da performance artística, da prática religiosa da Jurema (cuja entidade espiritual é o Caboclo) e da cerimônia conhecida como “Caçada do Bode”, atividade religiosa celebrada na madrugada do domingo de Carnaval, como forma de preparação das tribos e dos caboclinhos. Mestre Antônio Galdino faleceu em 2007 e, a partir de então, a liderança coube às suas filhas Severina e Denise. Desde 2018, a agremiação é comandada pela Mestra Denise Galdino. Em 2024, foi reconhecido como Ponto de Cultura Rede Cultura Viva, pelo Ministério da Cultura (MinC).
Um dos mais queridos pelo público do FEFOL, o outro pernambucano é o Papanguarte Balé Popular, de Bezerros, que nasceu em 1997, por iniciativa do artista e educador Carlos Marques. O grupo é formado por estudantes e professores das redes municipal, estadual e particular do município. Uma das características da agremiação é que seus bailarinos dançam mascarados como forma de resgatar, preservar e valorizar a cultura do papangu – símbolo máximo do Carnaval de Bezerros. Nessa época, os mascarados saboreiam o angu, prato típico da região, surgindo, assim, a figura folclórica papangu. Dessa forma, papa + angu + arte = Papanguarte.
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Piauí
Já o estado do Piauí estará representando pelo Congo de Oeiras, que esteve no festival em 2017, 2024 e agora retorna. Manifestação cuja origem vem dos povos escravizados, que se disfarçavam com roupas femininas para louvarem seus santos de devoção, nasceu a partir do incentivo e das pesquisas do Padre João de Deus. Em 1983, os moradores começaram a se apresentar nas datas dos santos devotados, ganhando força como patrimônio cultural. A manifestação conta com quatro personagens: Rei Congo, Ordenança, Secretário e Embaixador, sendo uma tradição passada de geração em geração.
Rio Grande do Norte
O estado do Rio Grande do Norte também vem com um grupo inédito, o Grupo Parafolclórico Coco do Calemba, de São Gonçalo do Amarante. Fundado em 1999, inicialmente com o nome Aldeia Boi do Calemba, com apresentações combinando elementos de manifestações populares com traços folclóricos e de arte circense, sob a direção de Ivani Machado, professora e pesquisadora de cultura popular, que deixou um legado importante antes de seu falecimento. Após pausa de sete anos, a retomada ocorreu em 2009, liderada por Mestre Victor D’melo, coreógrafo, aderecista, figurinista, ator e produtor cultural. Desde então, o foco tem sido revitalizar e fortalecer o ritmo, a música e a dança do coco, patrimônio cultural da região.
Tradicionalmente executado em pares, fileiras ou círculos durante festas populares do litoral e do sertão nordestino, em cada comunidade o coco é recriado e transformado, adaptando-o ao gosto local. O som característico é produzido por quatro instrumentos básicos: ganzá, surdo, pandeiro e triângulo. Não é rara a inclusão de outros instrumentos como sanfona, zabumba e rabeca. O que marca a cadência única do ritmo são as palmas das mãos e as batidas dos pés no chão, que dão vida e energia à dança.
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Sergipe
Encerrando a viagem pelos grupos do Nordeste, um dos mais conhecidos e que coleciona presença em várias edições do FEFOL em nome de Sergipe retorna este ano. É o Grupo Folclórico Batalhão de Bacamarteiros, de Carmópolis, nascido no Povoado de Aguada. Segundo o relato dos mais antigos, surgiu por volta de 1780, nos engenhos de cana de açúcar da região do Vale do Cotinguiba, por iniciativa de pessoas escravizadas. Traz a tradição passada de geração a geração há mais de 200 anos, com seu cancioneiro de improviso, sua dança e seus tiros de bacamartes. O ápice da apresentação é o ritual do “Pisa Pólvora”, realizado tradicionalmente em festas juninas em sua região para comemorar os santos do mês. Receberam, em 2016, o Título de Patrimônio Imaterial do estado de Sergipe.

Sobre o Festival do Folclore de Olímpia (FEFOL)
O Festival do Folclore de Olímpia (FEFOL) é o maior festival de folclore do Brasil, consolidando a cidade como Capital Nacional do Folclore desde 2017. Criado na década de 1960 pelo professor José Sant’anna, o evento preserva e valoriza as tradições populares brasileiras há mais de 60 anos, reunindo manifestações autênticas de todas as regiões do país.
A 61ª edição é histórica, com a participação de mais de 60 grupos representando 21 estados brasileiros, de todas as regiões, incluindo, este ano, as presenças inéditas de Roraima e Acre. A programação reúne mais de 120 apresentações no palco principal, desfiles pelas ruas centrais, oficinas de dança, Pavilhão de Artesanato e atividades no Museu do Folclore, com destaque para o estado do Maranhão, homenageado da edição. A expectativa é de mais de 180 mil visitantes durante os nove dias de festival.
O Festival do Folclore de Olímpia é uma realização da Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura e Defesa do Folclore, com apoio de projetos de incentivo cultural e parceiros. Com entrada gratuita, a 61ª edição será realizada de 02 a 10 de agosto de 2025, no Recinto do Folclore.